Jonatas Outeiro

Uma Religião Fracassada


Uma Religião Fracassada

A Epístola aos Hebreus é comparada ao Levítico do Novo Testamento, funcionando como um guia essencial para compreender os rituais do Antigo Testamento. Assim como um vitral de catedral que só revela sua beleza quando visto de dentro, Hebreus ilumina Levítico com a luz do evangelho de Cristo, revelando a riqueza de suas instruções sobre o acesso a Deus e a comunhão com Ele.

O autor de Hebreus apresenta Jesus como o mediador de uma “superior aliança” (Hb. 8.6), contrastando-a com a Antiga Aliança. Ele analisa o Tabernáculo do Antigo Testamento e as ministrações dos sacerdotes e levitas, destacando as limitações da religião judaica da Antiga Aliança. Embora o Tabernáculo fosse belo e rico em significados espirituais, ele não concedia acesso real a Deus nem podia lavar a alma do pecado, apenas limpava o corpo da impureza cerimonial e servia como uma lembrança contínua dos pecados, em vez de sua remoção permanente. O texto enfatiza que a religião humana fracassa sem a obra de Cristo para a remissão dos pecados.

A falha da religião da Antiga Aliança é detalhada em três pontos principais que veremos ao longo do texto. O primeiro é que a Antiga Aliança era baseada em um Santuário Terrestre. O Tabernáculo, o palácio divino e símbolo da residência de Deus entre seu povo, representava a presença graciosa de Deus em Israel. O livro de Levítico detalha como Deus deveria ser adorado em santidade nesse culto terrestre. O Tabernáculo era dividido em duas partes: o “santuário” ou “lugar santo” (acessível apenas aos sacerdotes) e o Santo dos Santos, onde Deus habitava e onde apenas o Sumo Sacerdote podia entrar uma vez por ano no Dia do Perdão (Yom Kippur, em hebraico).

Os utensílios do Tabernáculo – o candelabro, a mesa dos pães da proposição, o altar de incenso e a Arca da Aliança – eram símbolos espirituais da obra de Cristo, mas não podiam, por si só, conceder a Israel o acesso a Deus. Apenas Jesus pode mostrar o novo e vivo caminho. Rituais religiosos são incapazes de nos dar a Salvação.

O segundo aspecto pelo qual a religião judaica falhou é porque não oferecia acesso à presença de Deus. Os objetos do Tabernáculo eram uma prefiguração simbólica de Cristo. Enquanto os sacerdotes realizavam seu trabalho diário no Santuário, apenas o Sumo Sacerdote podia entrar no Santo dos Santos uma vez por ano, levando o sangue de um sacrifício pelos pecados de ignorância do povo e pelos seus próprios. Isso demonstrava que, enquanto o Tabernáculo estivesse erguido, a maneira de entrar na presença de Deus não estava plenamente revelada. O propósito do Tabernáculo era preparar o povo para a vinda de Cristo. Cristo, como o Sumo Sacerdote, adentra o Santo dos Santos, oferece o sangue redentor, rasga o véu e nos dá acesso à presença do Pai Celestial. Por essa razão, os rituais religiosos não podem nos salvar ou nos aproximar de Deus; somente em Cristo há salvação.

Finalmente, a terceira falha da religiosidade judaica era causada pelo fato de ser fundamentada em tradições e mandamentos carnais. As instituições do Judaísmo, embora estabelecidas pelo Espírito Santo como um símbolo e prefiguração da nova aliança, demonstravam que o acesso a Deus era barrado para os pecadores, e mesmo sob a “primeira aliança” da graça, essa bênção era imperfeita. A divisão do Tabernáculo e a restrição de acesso ao Santo dos Santos ilustravam o defeito da antiga aliança. Tudo era simbólico e oferecia apenas purificação cerimonial externa, sem conceder uma consciência limpa. Os seis objetos do Tabernáculo (candelabro, mesa, pães, altar, incenso e arca) simbolizavam um “triplo fracasso”, representando a religiosidade humana sem Cristo.

Em suma, a religião da Antiga Aliança fracassou porque era baseada em um santuário terrestre, não oferecia acesso direto a Deus e era fundamentada em mandamentos carnais, proporcionando apenas uma lembrança contínua dos pecados, em vez de sua remoção definitiva. Portanto, somos exortados a viver não em uma religião de fracasso, mas em Jesus Cristo, que é a luz do mundo, o pão vivo, o caminho, a verdade e o único salvador.

Rev. Jônatas Outeiro



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