A política que trabalha: lições da tribuna livre

A Tribuna Livre da última sessão da Câmara Municipal de São José do Rio Pardo ofereceu mais do que discursos.
Trouxe reflexões importantes sobre a qualidade da gestão pública, o papel dos secretários e a responsabilidade dos políticos ao escolher suas equipes.
Em um cenário nacional onde a desconfiança política ainda é grande, é essencial valorizar os bons exemplos locais — especialmente quando estes se sustentam em dados e em resultados visíveis.
Os índices apresentados pelo secretário municipal de Gestão não apenas revelaram avanços objetivos na estrutura administrativa e no desenvolvimento econômico da cidade, como também bateram com aquilo que o cidadão percebe no dia a dia: ruas mais organizadas, serviços públicos que funcionam com mais eficiência e uma gestão que parece estar no rumo certo.
Esses resultados, por si só, já seriam dignos de atenção.
Mas há outro ponto que merece destaque.
A fala do secretário revelou um aspecto essencial da boa política: o cuidado com quem se escolhe para governar junto.
A política não é — ou não deveria ser — uma atuação solitária.
É também a arte de montar equipes, de cercar-se de profissionais competentes, técnicos, preparados para lidar com os complexos desafios da administração pública.
Quando o prefeito apresenta um secretário de Gestão que domina o funcionamento da máquina pública e entrega resultados, isso é mérito tanto do gestor quanto do gestor que o escolheu.
Saber com quem um político se relaciona, portanto, é uma ferramenta de análise que o eleitor não pode ignorar.
Relações políticas dizem muito sobre a qualidade da futura gestão.
Uma equipe fraca, formada por nomes por conveniência ou vínculos pessoais, tende a gerar resultados igualmente fracos.
Já uma equipe técnica e comprometida é reflexo de um governo que leva a gestão a sério.
Outro ponto relevante abordado na sessão é a origem social e profissional de quem pretende cargos públicos.
Políticos que conhecem a realidade do trabalho, que vivem do próprio esforço e compreendem o impacto que serviços públicos têm na vida de quem depende deles, tendem a governar com mais sensibilidade, responsabilidade e empatia.
É preciso cautela com os chamados “políticos profissionais”, que muitas vezes desconhecem o esforço cotidiano do cidadão comum e fazem da política um fim em si mesmo, e não um instrumento de transformação.
Aqueles, em especial, que ninguém sequer se lembra da última vez que os viu trabalhando. Procuram levar parentes a viver de sinecuras e cargos públicos, perderam a conexão com o trabalho, com o trabalhar, com o “ganhar o pão com o suor do rosto”.
O avanço de São José do Rio Pardo nos últimos anos não é obra do acaso.
É fruto de uma gestão que tem se mostrado técnica, eficiente e conectada à realidade.
Valorizar isso, reconhecer méritos e, sobretudo, continuar cobrando responsabilidade e competência dos representantes públicos é papel de todos — da imprensa, da sociedade civil e, claro, do eleitor.
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