MAFEPI se cala e não responde carta enviada pela Direção Clínica do Pronto Socorro à Câmara Municipal

A sessão desta semana da Câmara Municipal de São José do Rio Pardo foi marcada pelo silêncio constrangedor da vereadora Sara Mafepi diante da leitura de uma carta enviada pelo médico José Maciel de Paiva Neto, diretor clínico do Pronto Socorro Municipal.
O documento, lido oficialmente em plenário, contestava declarações feitas pela parlamentar na semana anterior, quando ela trouxe ao debate ao menos três casos de supostos erros médicos e afirmou que os profissionais da cidade “têm errado muitos diagnósticos”.
Durante a leitura da carta, Mafepi permaneceu calada e não respondeu às colocações do diretor médico.
Sua postura contrastou com a sessão anterior, quando apresentou as acusações com base em anotações lidas em plenário — o que gerou a percepção de que poderia estar agindo por procuração, sem pleno domínio técnico sobre os casos mencionados.
No ofício, o médico José Maciel repudiou as declarações da vereadora e defendeu a atuação da equipe médica do Pronto Socorro. “É inaceitável que afirmações desprovidas de apuração adequada, e que não refletem a realidade do serviço prestado por nossos profissionais, sejam publicamente expostas em plenário, comprometendo a imagem de uma instituição que trabalha ininterruptamente para garantir o acolhimento e a assistência adequada à população”, escreveu.
Maciel também demonstrou preocupação com a exposição pública de informações clínicas sem o devido contexto técnico e sem consentimento das partes envolvidas.
Segundo ele, tal prática pode gerar interpretações equivocadas e comprometer a ética profissional, além de abalar a confiança da população nos serviços de saúde pública.
O episódio ganhou contornos ainda mais delicados com a reação do companheiro da vereadora, Matheus, em publicações nas redes sociais. Em tom irônico, ele escreveu: “Manda uma cartinha pra mim, Dr.”, seguido da frase: “Você defende o patrão. Nós a população”. Na mesma publicação, afirmou ainda que “ninguém vai silenciar um membro do Partido Liberal”.
As manifestações, consideradas por muitos como inadequadas para a gravidade e seriedade do tema em debate — a saúde pública —, reforçaram o clima de constrangimento em torno da postura da vereadora.
A condução do caso, somada às declarações nas redes sociais, expôs não apenas a fragilidade dos argumentos apresentados inicialmente, mas também um descompasso entre a seriedade do tema e a forma como vem sendo tratado por representantes eleitos e pessoas de seu círculo próximo.
Em um contexto em que o debate sobre saúde pública exige responsabilidade, embasamento e respeito à ética, o episódio reacende a discussão sobre os limites do discurso político e o papel do Legislativo na fiscalização e no apoio técnico às políticas públicas essenciais para a população.
É assunto para adultos, e espera-se seja tratado desta forma.
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