Durante a nossa vida somos duramente assolados por momentos de cansaço, desânimo, esgotamento físico e emocional. Estes são sinais de que algo dentro de nós está pedindo atenção. Eles podem surgir por vários motivos: excesso de trabalho, preocupações constantes, falta de descanso adequado, ou até mesmo por questões emocionais profundas. O tema central do capítulo quatro, da Carta aos Hebreus é o descanso eterno prometido aos servos de Deus e a importância de entrarmos neste descanso, não por nossos méritos, mas pela fé em Cristo Jesus. Em Jesus encontramos alívio e descanso das cargas deste mundo, conforme ele mesmo nos diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mt.11.28)

O Descanso eterno é prometido mediante o aviso do Evangelho. Recebemos um aviso solene e um convite ao descanso espiritual que Deus oferece. Este convite, traz-nos a ideia de reverencia e temor de Deus ao considerarmos a grandiosidade de tais promessas divinas, conforme as palavras de Hebreus 4.1: “Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado.” Como crentes em Cristo, temos a responsabilidade de aproveitar a oferta que Deus nos faz de nos dar descanso. A situação apresentada neste versículo é séria e urgente pois é possível que por desinteresse ou desobediência, alguns fiquem fora do descanso. O descanso oferecido não é apenas o fim das nossas tarefas cotidianas, mas uma condição de paz e segurança que Deus proporciona para os que creem. Percebemos, portanto, um chamado à vigilância espiritual, pois as bençãos de Deus não podem ser vividas e desfrutadas de forma leviana.

Por essa causa, Hebreus 4.2 nos adverte: “Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram.” Este versículo aponta para a importância da mensagem do Evangelho. Tanto os judeus, como os cristãos hebreus foram evangelizados. Todos, judeus e gentios, que era o modo como os judeus tratavam os demais povos da terra, receberam as mensagens de boas-novas, salvação e esperança. O problema aqui enfatizado versa sobre o fato de que os israelitas ouviram a Palavra do Evangelho, mas não deram crédito a ela. Não receberam a Palavra de Deus pela fé! Não acataram o Evangelho como a verdadeira Palavra de Deus. Menosprezaram o Evangelho, resistiram à Palavra de Deus. Por isso, ficaram de fora do descanso da Terra Prometida, conforme as promessas feitas por Deus aos israelitas no Antigo Testamento. Hoje, da mesma forma, todos o que tem a mesma atitude de rejeição, descrédito e desacato à palavra do Evangelho, ficarão de fora do descanso eterno prometido por Jesus Cristo.

Aqui está a diferença entre a perseverança e a apostasia. Os que se afastam de Deus, são os que não levam a Palavra dele a sério. Os que perseveram na fé são os que creem e agem em conformidade com o ensino das Escrituras. Quem aceita a Palavra de Deus com humildade, submissão e temor estará eternamente seguro, garantido no descanso eterno! Porém, corremos um sério risco, e um grave perigo de tratarmos a Palavra de Deus como se fossem meras palavras de homens. A pregação da Palavra de Deus somente será efetiva se os seus ouvintes a receberem com uma fé viva e ativa. A fé uma resposta prática a pregação genuína do Evangelho, é um chamado à ação e confiança nas promessas do Senhor.
Assim, pela fé na palavra do Evangelho, podemos encontrar conforto e consolo, que nos ajuda a descansar nos momentos de cansaço, desânimo, esgotamento físico e emocional.