O câncer é uma patologia caracterizada com o crescimento descontrolado, anormal, rápido e invasivo das células com modificações em seu material genético.

O câncer gástrico como o nome já diz é acometido na região do estômago, a maior incidência, 90 a 95% dos casos, é o adenocarcinoma ocorre com maior frequência na região antro-pilórica e na curvatura menor do estômago. 

Sua classificação fica entre os graus 1 ao 4, que vai depender do grau de penetrando do carcinoma na parede estomacal.

Somente 10 % dos carcinomas permanecem localizados nos estômagos. 

Na maioria dos casos, que é diagnosticada a doença já estão em estágios avançados, e em 80%, ocorre o reaparecimento dos sintomas pós gastrectomia.

Quais os fatores de risco?

Alimentação rica em nitratos como salsicha, presunto, bacon; alimentos defumados; conservados em sal, atrofia gástrica, H.pylori e tabagismo.

O tratamento vai depender do estado da patologia e as condições clínicas do indivíduo:

Gastrectomias: retirada parcial ou subtotal do estômago, indicada no câncer gástrico e obesidade mórbida 

Os principais tipos de gastrectomias são: clássica que é retirada 2/3 distais do estômago, e a antrectomia que é a ressecção de 50% do estômago distal.

Radioterapia e ou quimioterapia associados 

Suporte de terapia nutricional enteral

Como deve ser a alimentação?

No pré-operatório:

• Dieta líquida 24 horas antes da cirurgia;
• Jejum de 12 horas antes da cirurgia;
• No pós-operatório:
• Jejum de 72 horas pós cirurgia;
• Introdução de líquidos via oral;
• Refeições pequenas e frequentes;

Prevenir a síndrome de dumping, principal complicação pós cirurgia 

Quais as principais complicações no pós-cirúrgico de gastrectomia?

• Distensão gástrica 
• Alterações no esvaziamento gástrico
• Refluxo
• Saciedade precoce
• Hipocloridria ou acloridria gástrica 
• Hipoglicemia 
• Má absorção intestinal e diarreia
• Anemia associada à diminuição do fator intrínseco, vitamina B12 

Síndrome de dumping

A síndrome de dumping é a passagem rápida do conteúdo do estômago para o duodeno, principalmente de alimentos ricos em açúcares. 

Tem duração de 10 a 20 minutos após a refeição por 1 hora. 

Com sintomas de plenitude gástrica,  sudorese, rubor, náuseas, vômitos, hipertensão, tontura, palpitações, e taquicardia.

A hipoglicemia é a diminuição dos níveis de glicose sanguínea,  ocorre pela disponibilidade e absorção rápida da glicose no duodeno e alta produção de insulina. Com sintomas de fraqueza, sudorese, fome, náuseas, ansiedade e tremores.

Quais os cuidados nutricionais?

• Repouso de 30 a 60 minutos após a refeição 
• Fracionar a alimentação em 6 a 7 refeições por dia
• Volume reduzido
• Não ingerir líquidos nas refeições 
• Evitar carboidratos simples como pães e macarrão bracos, farinha branca,  doces, preferir alimentos integrais
• Alimentos pobres em lactose
• Evitar refrigerantes,  bolos, doces, biscoitos
• Evitar alimentos picantes e condimentados
• Não consumir bebidas alcoólicas

É de suma importância o acompanhamento médico e com um nutricionista para garantir o tratamento medicamentoso associado com uma alimentação saudável para avaliar a tolerância individual e gradual dos alimentos durante o tratamento do câncer gástrico. 

Lembrando que cada indivíduo é único e o tratamento também, por isso o acompanhamento é essencial a fim de recuperar ou manter o estado nutricional.

Pamela Bueno Zanardo é nutricionista (CRN3-35316) pela Universidade Nove de Julho/SP. Tem formação executiva em controle de qualidade dos alimentos e produção pela Universidade Nove de Julho, sendo especialista em nutrição clínica: metabolismo, prática e terapia nutricional pela Universidade Gama Filho/RJ. É Nutricionista Clínica no Hospital Santa Helena, Santo André-SP. Email: pamelazanardo@hotmail.com