Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.

6° Domingo de Páscoa


6° Domingo de Páscoa

Celebramos, neste domingo, o sexto do Tempo Pascal. Estamos nos aproximando do final deste tempo de júbilo e alegria da Igreja, enquanto aguardamos ansiosamente a celebração da vinda do Espírito Santo. 

No próximo domingo, celebraremos a Solenidade da Ascensão do Senhor e, daqui a dois domingos, a Solenidade de Pentecostes.

Durante o Tempo Pascal, acompanhamos Jesus Ressuscitado aparecendo aos apóstolos e desejando-lhes a paz. Essa paz deveria ser acolhida por eles e contagiar toda a comunidade.

Antes de voltar em definitivo ao Pai, Jesus deixa o Advogado, o Paráclito, o Defensor, para ir à frente dos discípulos. Esse Defensor é o Espírito Santo, sinal de que Jesus continua presente no meio deles — não mais fisicamente, mas por meio do Espírito.

O Espírito Santo continua sustentando e guiando a Igreja. É por meio d’Ele que temos a Eucaristia, o perdão dos pecados e os demais sacramentos. É Ele quem suscita novos fiéis.

É isso que acompanharemos na liturgia da Igreja nos próximos dias: Jesus aparecendo pela última vez aos discípulos e deixando com eles o Espírito Santo para que continuem tudo aquilo que Ele ensinou e deem início à Igreja primitiva.

Por isso, quando vamos à missa hoje, participamos de duas grandes mesas: a da Palavra e a da Eucaristia. E é o Espírito Santo que abre nossos ouvidos para interiorizar a Palavra proclamada e nossos olhos para ver a presença real de Jesus na Eucaristia.

Participemos da missa, sobretudo aos domingos, o Dia do Senhor, com nossa família. Deixemos que a Palavra de Deus penetre em nosso coração e que nossos olhos se abram para reconhecer Jesus na Eucaristia. 

Ao final da missa, quando o sacerdote disser: “Ide em paz, e o Senhor vos acompanhe”, que se inicie, para cada um de nós, a missão de anunciar a Palavra de Deus aos irmãos, guiados pelo Espírito Santo.

Peçamos que o Espírito Santo ilumine a missão do Papa Leão XIV, recém-eleito, para que, como 267º Sucessor de Pedro e Bispo de Roma, possa edificar um novo tempo para a Igreja, conduzido e guiado pelo Espírito Santo.

Estamos chegando ao fim de mais um mês, dedicado à Virgem Maria. Que Ela, juntamente com o Espírito Santo, nos ajude neste novo tempo.

A Primeira Leitura deste domingo é dos Atos dos Apóstolos (At 15, 1-2.22-29). Esse trecho narra uma confusão ocorrida em Antioquia: alguns vindos da Judeia começaram a ensinar outra doutrina aos irmãos, especialmente aos recém-convertidos, afirmando que deveriam se circuncidar conforme a Lei de Moisés. Isso gerou grande divisão na comunidade.

Paulo e Barnabé foram enviados a Jerusalém para resolver a questão. Junto aos anciãos da comunidade, decidiram enviar dois homens respeitados — Judas, chamado Barsabás, e Silas — para acompanhá-los. Por meio deles, enviaram uma carta acolhendo os que vieram do paganismo e esclarecendo que aqueles que impuseram tais exigências não foram enviados pelos apóstolos. 

O que importa para nós hoje é acolher o anúncio de Jesus Cristo e o batismo, independentemente da circuncisão, que era própria dos judeus.

O Salmo Responsorial é o 67(66), com o refrão: “Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem!”

Todos os povos devem adorar e glorificar a Deus, pois Ele realiza maravilhas. Não há outro Deus além d’Ele, e só por meio d’Ele seremos salvos.

A Segunda Leitura é do livro do Apocalipse de São João (Ap 21,10-14.22-23). João tem a visão da Cidade Santa, a nova Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, brilhando com a glória divina.

A cidade está cercada por uma muralha alta, com doze portas, guardadas por doze anjos. Em cada porta está escrito o nome das doze tribos de Israel. As portas se abrem em todas as direções, indicando que a salvação é para todos os povos.

Também estão escritos os nomes dos doze apóstolos e do Cordeiro, pois foram enviados por Ele para levar a salvação até os confins da Terra. O templo é o próprio Senhor, a glória de Deus é a luz, e o Cordeiro é a lâmpada da cidade.

O Evangelho é de João (Jo 14, 23-29). Jesus diz aos discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada.”

Quem não o ama, não guarda sua palavra.

Mais uma vez, Jesus ressuscitado reafirma o que já havia ensinado: o Espírito Santo, que o Pai enviará em seu nome, ensinará todas as coisas e recordará tudo o que Jesus ensinou.

Ele deixa novamente a paz, sinal da presença do Ressuscitado. Devemos acolher essa paz e transmiti-la. 

O Espírito Santo é a presença viva de Jesus em nosso meio: vai à nossa frente e nos ajuda na missão de anunciar a Palavra.

Na celebração eucarística, no rito da paz, logo após o Pai-Nosso e antes da comunhão, devemos estar em paz com os irmãos, conosco e com Deus.

Jesus afirma que vai para o Pai, mas voltará. Aguardamos até hoje a sua segunda vinda, mas Ele permanece conosco por meio do Espírito Santo, animando a missão da Igreja.

Celebremos com alegria este sexto domingo da Páscoa, com a certeza de que Jesus continua caminhando conosco e que a nossa meta final é a morada eterna junto de Deus.

Acolhamos a paz que o Ressuscitado nos traz e sejamos portadores dessa paz para os nossos irmãos.

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Publicado na edição 1873 de 24 de maio de 2025 do jornal DEMOCRATA



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